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Liv Boeree defende os torneios exclusivos para mulheres

Team Pro é a principal embaixadora do esporte da mente na Europa


 

22/10/2015 14:11
Liv Boeree defende os torneios exclusivos para mulheres/CardPlayer.com.br
Liv Boeree possui um ganho de US$ 2,9 milhões nos MTTs ao vivo


Em seu blog no site da Card Player, a Team Pro Liv Boeree falou sobre a existência dos torneios exclusivos para mulheres. Com bastante clareza, a ex-campeã do EPT explicou que, até que o poker se torne mais igualitário quanto ao gênero, o mais sensato é deixar que tais eventos aconteçam. Confira:

Há uma nova discussão na comunidade do poker sobre os torneios apenas para mulheres e outras estratégias de marketing voltadas para o universo feminino, gerando um grande debate sobre a necessidade de sua existência.

Está mais do que claro, pelo seu alcance (a WSOP tem mais de 1.000 competidoras, por exemplo) e o fato de que algumas jogadoras regulares raramente jogam torneios “abertos”, que estes eventos são extremamente apreciados pelas pessoas a quem se destinam.

As razões para sua popularidade são inúmeras, a mais notável e controversa sendo a do tratamento que as jogadoras de poker recebem nos feltros ao vivo e online. Este não é, entretanto, o meu foco; qualquer decisão baseada na hostilidade e no escárnio de gêneros apenas confirmará as crenças daqueles que já lutam contra, ou passam por cima dos que acreditam que tais maus tratos não causam danos e são muito raros para serem relevantes.

Ao invés disso eu gostaria de examinar os argumentos lógicos utilizados por aqueles que são a favor e também pelos que são contra a existência de torneios apenas para mulheres. Como muitos já apontaram, corretamente, a razão pela qual o mercado se volta para as minorias é a possibilidade de crescimento deste campo. Mulheres são uma grande minoria no poker, com a probabilidade de 0,7% dos jogadores serem mulheres em uma mesa de poker ao vivo. Assim, as companhias de poker - PokerStars, WSOP etc -, tomam a correta decisão de procurar maneiras mais efetivas de atingir estes grupos, tais como a criação de eventos apenas para mulheres, bem como a existência de blogs dedicados apenas à comunidade feminina.

Em um mundo ideal, não haveria a necessidade de se comercializar o poker para mulheres de forma separada - mas, apesar da grande redução, nas últimas décadas, dos estereótipos e da desigualdade baseada no gênero, nós ainda estamos muito longe da ideal igualdade entre homens e mulheres. E se esta excessiva preocupação do mercado em comercializar algo exclusivo para as mulheres seja algo necessário para acelerar o alcance de tal igualdade? Proibir, então, seria prejudicial para a causa.

O que eu acho mais surpreendente é que grande parte das pessoas que escolhem debater em fóruns de poker argumentam fortemente em favor de uma ideologia moral, quando há um grande conflito entre o objetivo de fazer o poker crescer e alcançar a igualdade de gêneros ao atrasar o processo de equalização. Parece lógico que se dê um pouco de flexibilidade para a ideologia a fim de obter uma solução prática para ambos os problemas.

Em um mundo ideal, não haveria a necessidade de se comercializar o poker para mulheres de forma separada
Entretanto, se os objetivos e valores de uma pessoa são completamente desvinculados com o crescimento da base de jogadores de poker, então seria bastante razoável tornar uma exceção os métodos desiguais de marketing, ainda mais se outras parcelas de jogadores forem prejudicadas por tais iniciativas. O problema com tal argumento é que existe pouquíssima evidência sobre a existência de danos causados a jogadores que não sejam mulheres. Assim, é correto dizer que o lógico seria deixar tais torneios existirem, até que o poker se torne mais igualitário quanto ao gênero.



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