EDIÇÃO 9 » MISCELÂNEA

O Caso do Bracelete de Ouro


George Queiroz

Todo mistério tem uma solução, é o ensinamento primeiro do manual dos detetives particulares. Desde que aceitei o caso do bracelete de ouro dos Creamcheeses, tive cá pra para mim que a todo momento o problema recebia uma nova variável que o deixava insolucionável. Inicialmente, era o patrimônio de Arthur Creamcheese que estava sendo vandalizado por um desconhecido, que deixava cartas de baralho do naipe de ouros nas cenas dos crimes. A seguir, foi a vez de Arthur desaparecer de sua mansão, sobrando como pista a quinta carta de ouros, que completava o flush, exatamente a mesma mão que lhe deu a vitória em um torneio de poker e, por conseguinte, o bracelete de ouro. Depois, conheci a história pregressa de Mr. Creamcheese e descobri que ele estava envolvido no desaparecimento de um rival, chamado Jim Moriarty.

Pouco depois, surgiu na Mansão Creamcheese um mascarado misterioso, que nos ameaçou com uma arma e nos desafiou a um pequeno torneio de poker. Se o vencêssemos, ele nos daria o paradeiro de Mr. Creamcheese. Caso contrário, ele pretendia ficar com o bracelete de ouro como prêmio, o que causou muita surpresa a Susan, filha de Arthur, que acreditava que seu pai havia escondido o bracelete em um cofre na Suíça. Bom, essa surpresa foi pequena diante da revelação de que o Sombra, como se apresentou nosso desafiante, era na verdade o próprio Arthur Creamcheese. Susan ainda estava boquiaberta, bem como Manfred, o mordomo. Já eu não esperava mais nada daquele bando de malucos, a não ser o meu cheque, com a outra metade do meu pagamento. Imaginava que Susan não me recusaria isto, a despeito de minha contribuição nula para a resolução do caso.  

- Papai, o senhor enlouqueceu? O que está acontecendo? Susan levantou-se e ajustou sua roupa no belo corpo esguio. A seguir, procurou uma cadeira para sentar-se e aguardar as explicações prometidas. Por sua vez, Arthur não parecia apressado. Livrou-se daquela máscara medonha e da capa, sentou-se e respirou fundo. Aliviei-me pelo fato de não ouvir mais os zumbidos metálicos que a máscara fazia a cada respiração.

- É horrível respirar através desta coisa, sabiam? Se nossa partida durasse mais algumas mãos, eu realmente não suportaria mais todo este meu teatro.

- Patrão Arthur, com todo o respeito, o senhor nos deve uma explicação. Diante da presença de seu patrão, Manfred tornou-se mais polido, diferente de seu comportamento relaxado que vi quando estávamos a sós com Susan. Ainda assim, sua polidez não era tamanha que escondesse sua indignação.

- Sei disso, Manfred, mas eu tenho a boca seca. Pegue para mim uma bebida, sim?

Ficamos todos em silêncio até o retorno do mordomo. Sem que pedíssemos, ele trouxe para mim um gim e um martíni para Susan. Talvez para adiantar futuros pedidos e assim evitar mais interrupções.
- Não sei como começar isto... - Arthur bebeu seu drinque de um só gole, como se procurasse enxergar o início da história no fundo do copo. - Mas o fato é que esta não é a primeira vez que eu engano você, Susan. Aliás, tenho feito disto um modo de vida, praticamente.

- Não entendo, papai...

- Tudo aquilo que diziam de mim é verdade. Eu matei Jim Moriarty e trapaceei no torneio de poker que me deu aquele bracelete.  

Arthur permaneceu uns instantes em silêncio, como se esperasse de nós algumas palavras de reprovação, que não vieram. Balançou os cubos de gelo dentro de seu copo e continuou: - Jim era meu amigo, santo Deus. Desde crianças. Éramos muito pobres e sempre aprendemos a nos virar do jeito que dava. Fazíamos truques de mágica nas calçadas de Birmingham para receber uns trocados, e assim foi até a adolescência. Quando nos enfrentamos naquela mesa, naquele torneio, foi fácil iludir todo mundo que assistia e retirar um rei de ouros da manga, menos Jim, que sempre foi um ilusionista melhor que eu e conhecia todos os meus truques. Sinceramente, eu nem sei por que resolvi trapacear. Mas eu precisava de dinheiro para poder me casar com sua mãe, Susan, eu estava apaixonado. Talvez tenha sido esta a minha cegueira, não sei dizer. Ou eu era mesmo um maldito egoísta, um mesquinho sem caráter. Gosto de pensar que enganei meu melhor amigo por um bom motivo, pelo meu amor por sua mãe.

Estávamos todos sentados na mesa, nas mesmas posições em que jogamos a partida de poker. Susan já não tinha a expressão de surpresa que trazia ao sentar-se, porém Manfred ouvia tudo boquiaberto, como se todas aquelas revelações destoassem da imagem que tinha do patrão. E devia mesmo destoar.

- Jim ficou indignado com a trapaça, ainda mais porque, tendo alertado a todos sobre ela, não teve crédito nenhum. Ficou tachado por mal-perdedor e ganhou o desprezo de muitos. Enquanto isso, eu investia o prêmio que ganhei no torneio e começava a me fortalecer financeiramente. Como vocês já sabem, atribuí ao bracelete esta minha nova vida e ele se tornou um amuleto para mim.

- Papai, você realmente matou Moriarty?

- Sim, filha. Vocês sabem que o bracelete havia sido roubado e que, ao me ver sem meu amuleto, fiquei desesperado. Jim, quando o roubou, deixou um desafio para mim, para que pudéssemos resolver as coisas como homens, sem trapaças. Mas novamente eu trapaceei. Entramos em luta corporal e levei comigo um soco inglês. Quando percebi, havia o agredido até que ele morresse.

- Cristo...

- Levei três dias para me livrar do corpo de Jim. Foi uma coisa horrível e preferia não entrar nestes detalhes. Logo depois, vim com sua mãe para Londres e nos estabelecemos aqui. Sempre fui o principal suspeito do desaparecimento do meu amigo, mas como o corpo nunca foi encontrado, não podiam me condenar pelo assassinato. Tentei esquecer todos estes eventos e seguir minha vida normalmente.

- Continuo sem entender nada, papai... o que isto tem a ver com vestir esta máscara idiota e se fazer passar por outra pessoa?

- Ora, querida, somos ingleses. Não é apenas em nossa literatura que fantasmas nos assombram em busca de justiça. Sua falecida mãe era testemunha de que nunca mais, desde que saí de Birmingham, tive uma noite de sono tranqüila. Jim me assombrava toda noite, a ponto de quase me enlouquecer. Pude escapar da justiça dos homens, mas de um jeito ou de outro ainda teria que enfrentar a justiça dos deuses.

Arthur Creamcheese não parecia se importar em contar estas coisas a um estranho, como eu. Na verdade, até parecia bem à vontade, pois muitas vezes narrava a história olhando em meus olhos. Talvez, por ser um ouvinte sem envolvimento afetivo com o narrador, eu não lhe devolvia as mesmas caras indignadas que Manfred e Susan, aquele bem mais surpreso que esta. O pobre mordomo devia enxergar no patrão um homem de virtudes tais que seria incapaz de cometer as atrocidades que agora narrava. A todo momento, ele parecia querer reclamar, lamentar, xingar, mas um escrúpulo de empregado o impedia. Susan, por sua vez, aos poucos ia mudando sua expressão, passando de surpresa a indiferente e depois a enojada.

- Susie, meu doce, há quinze anos eu venho lhe ensinando a jogar poker com um único propósito. Certa vez, em uma de suas aparições, o fantasma de Jim disse que me deixaria em paz, contanto que eu me mostrasse realmente digno de conquistar o bracelete de ouro. Mas como eu poderia fazê-lo, já que dele eu já tinha a posse? Pensei em simular minha morte, para que pudesse depois tomá-lo de você, minha herdeira, mas isso consumiria muita força de vontade e tempo, coisas que já não tenho demasiado.

- Papai, o senhor enlouqueceu...

- Não querida, não ainda. Eu sinto que estava muito próximo disso, se continuasse sem fazer nada para me redimir perante Jim. Quando, após muitos anos de treinamento, vi que seu poker, Susan, havia alcançado o mesmo nível de Jim à época do maldito torneio, achei que havia chegado a hora. Ensaiei por muito tempo estes trejeitos de falar e andar que vocês viram, até mudei a iluminação da biblioteca para que eu parecesse uma figura disforme, evitando qualquer chance de ser reconhecido. Especialmente por Manfred, que sempre foi muito observador. Mas aceito, Susan, o fato de você não me compreender. Você sempre foi como sua mãe, doce e amorosa, incapaz de fazer o mal como fez este seu velho pai maquiavélico.

- Patrão Arthur, eu não sei o que dizer... isto tudo me parece muito absurdo, muito surreal. O senhor já é um homem de idade avançada para ficar com estas fantasias.

- Eu sei que pareço louco, Manfred, e fico satisfeito com isso. Assim como Hamlet, que fingiu loucura por causa do fantasma de seu pai, minha intenção era enganar vocês e finalmente receber o bracelete de ouro em uma disputa justa. Assim, eu provaria a mim e a Jim que era capaz de vencer sem trapaças e meu amigo finalmente poderia descansar em paz. A culpa é a uma pena perpétua, sabiam? E eu precisava muito expiá-la antes que enlouquecesse de verdade. É mesmo possível que isto já tenha acontecido, que as visões que tenho de Jim não passem de frutos da minha imaginação perturbada. Mas vocês não podem imaginar a paz que eu sinto agora, que tenho o bracelete por direito. 

Eu permanecia calado o tempo todo, desde que Arthur se revelou como Sombra. Mas uma dúvida me perseguia e eu revolvi intervir. Tentei falar mas minha voz não saiu. Pigarreei e finalmente perguntei: - E se... hmm... e se algum de nós ganhasse? O senhor parece ter previsto tudo, menos esta hipótese. Inclusive, jogou contra um desconhecido na mesa, que poderia vencer. O que aconteceria se eu vencesse?

- Mister... Mr. Smith, não? Pois, Mr. Smith, são anos planejando isto tudo. O senhor não imagina a criatividade que pode ter um espírito atormentado como o meu. Naturalmente, eu previa a derrota. Se isto acontecesse, eu não teria outra solução que não o suicídio.

- Mas isto, isto é um absurdo, patrão Arthur! - Manfred estava transtornado. Levantou-se de sua cadeira e começou a dar voltas ao redor da mesa. - O senhor deu para brincar de roleta russa agora? Matar-se, mas, mas... isto é um absurdo, o senhor está doente!

- Manfred, meu caro, lembre-se de que eu matei meu melhor amigo. Se eu não houvesse trapaceado, Jim estaria vivo agora. Ao mostrar-me incapaz de conquistar o bracelete sem trapaças, nada mais justo do que eu morrer também, não acham? Aliás, acredito que dificilmente o fantasma de Jim me deixaria em paz até que eu metesse uma bala em minha testa. Mas pensei em tudo, inclusive deixei um testamento com metade da minha herança para você, Manfred.

- Isto foi longe demais, patrão Arthur! O senhor tem que ser internado o quanto antes! Imagina! Matar-se por causa de um "fantasma", destruir o próprio patrimônio seguindo ordens de um espírito? Faça-me o favor!

- Do que você está falando? Eu não sou o responsável pelos atentados! Acha mesmo que eu mataria meus cavalos e cães premiados? 
 
Neste momento um estampido ensurdecedor ecoou por toda a sala secreta. Eu tapei os ouvidos com as mãos e fechei os olhos. Quando voltei a abrí-los, havia um zumbido em meus ouvidos que me deixou desorientado por uns segundos. O fato de a sala ser toda fechada intensificou o ruído da explosão a ponto de eu pensar que houvessem derrubado uma das paredes. Mas era apenas um tiro. Havia sangue por toda a mesa. Arthur Creamcheese olhou para mim com os olhos esbugalhados e balbuciou algo que eu não entendi. Depois virou-se para Susan e caiu. Havia um enorme buraco de bala em sua cabeça.

- Pronto, papai. Não era de um tiro na testa que o senhor precisava? Espero que tenha agora a paz que procura!

  Susan estava de pé, a arma empunhada e os cabelos caídos sobre o rosto. Os candelabros da sala jogavam nela luz suficiente para torná-la uma figura pavorosa. A fumaça que saía do cano do revólver dançava diante de seu sorriso e pude ver gotas de sangue que espirraram em seu rosto. Apesar de ser um detetive particular, não estou acostumado a ver sangue e tiros, Deus, eu sequer ando armado! Meu estômago embrulhou e eu vomitei. Durante o meu enjôo, ouvi quando Manfred gritou: - Sua assassina! Logo a seguir, houve outro tiro, e quando levantei para ver, Manfred estava caído no chão, com um tiro no peito.
  Susan agora cam
inhava em minha direção, com os olhos verdes faiscantes como o de um gato. A arma fumegante apontava ora para minha cabeça, ora para meu peito, lambendo seu alvo como para provar seu sabor antes da mordida fatal.

- Garanto, Mr. Smith, que o senhor não havia trabalhado em um caso tão excitante antes. Ufa, por um minuto, cheguei a pensar que Jim Moriarty havia surgido do inferno para atrapalhar meus planos.

- Miss Creamcheese... Susan... eu... por favor, eu não tenho nada com isso... sou apenas um detetive fracassado, que mal consegue pagar as próprias contas... por favor...

- Sei disso, Mr. Smith. Foi por este mesmo motivo que eu o contratei. Não queria que o senhor descobrisse nada aqui. Era apenas um álibi ordinário.

- Como assim?

- Meu pai estava enganado a meu respeito, Mr. Smith. Eu não sou como minha mãe. Sou sim tão maquiavélica quanto aquele velho ridículo.

- Mas, por quê?... Jesus, você matou seu pai para quê?

- Ora, Mr. Smith... que falta de imaginação! Por que mais seria? Dinheiro, dinheiro e dinheiro. Encontrei o testamento a que meu pai se referiu. Não podia deixar que Manfred ficasse com metade do que é meu, não é mesmo?

- Céus...  

Voltei a vomitar, o que causou risos convulsivos em Susan.

- Você é ridículo, Smith. Quando eu descobri o testamento, percebi que tinha que me livrar de meu pai o quanto antes. Eu já conhecia sua paranóia com Moriarty, mas até hoje eu mesma acreditava na inocência de meu pai. Eu ainda imaginava que Moriarty estava vivo, veja só... Então foi simples elaborar um plano envolvendo a história do bracelete de ouro, espalhando pistas e dando a entender que os atentados tinha relação com Moriarty. Como até contratei um detetive para solucionar o caso, ninguém desconfiaria de mim.

- Você... você destruiu o próprio patrimônio...

- Ah, sem exageros, vai. Eu detestava aqueles bichos e os carros. Vou sentir falta do iate, mas com minha herança, comprarei dezenas de outros.

- A polícia vai descobrir, você vai ver. Não vai sair desta situação impune...

  Susan colou-se em mim. Eu ia andando para trás lentamente, até que encostei na parede. Estava encurralado. Ela colocou a arma em meu queixo e engatilhou. Aquele toque frio do cano do revólver contrastava com o calor do corpo de Susan junto ao meu.

- Sabe, Mr. Smith? As coisas acabaram saindo de meu controle. Não imaginava que meu pai enlouqueceria a ponto de forjar seu rapto e aparecer como um palhaço fantasiado. Mas ainda assim, tudo terminou de maneira favorável para mim. Vou apenas ter que elaborar uma história para o sumiço do mordomo, mas, quanto a você, nem preciso me preocupar. Ninguém vai sentir sua falta.  
Infelizmente, ela tinha razão. Eu não conseguia pensar em ninguém que sentiria a minha falta. Bom, talvez os meus credores...

- Manfred era contra a sua contratação, sabia? Ele queria um detetive mais renomado, mas alguém com talento poderia atrapalhar meus planos. Eu precisava de um idiota como você.

- Susan, deixe-me ir, por favor... você sabe, sabe que eu não vou dizer nada... por favor...

- Infelizmente, agora é tarde, Mr. Smith. O que é uma pena. Sabia que eu lhe acho atraente? Nós poderíamos nos divertir muito... eu tenho uma queda por fracassados.

  Eu fechei os olhos e tentei me lembrar de uma oração, mas não conseguia pensar em nada... só vinha a frase "Pai nosso..." e não saía disto.

- Onde você quer o tiro, docinho? No meio desta cara fina? Ou no peito?... Vou lhe fazer algo indolor, juro...
  Foi quando ouvi a explosão do tiro. Não foi tão alta como os dois primeiros, e pensei que a mente de certa forma amortece os sentidos quando da morte. Tomei um tiro baixinho e fiquei um tanto surpreso em descobrir que a morte não dói. Não senti mais as pernas, parecia flutuar e estava já ansioso em ver como era o céu. Sim, o céu, porque acredito que fui uma pessoa boa. Um anjo me balançou pelos ombros e me perguntou "você está bem?", uma pergunta idiota para se fazer a um morto. Diante da insistência do anjo em saber se eu estava bem, abri os olhos e vi que na verdade era Manfred quem me balançava pelos ombros.

- Você está bem?

- Mas... mas como?

- Avental à provas de balas - Disse, e me mostrou o avental perfurado, mas não tanto que lhe deixasse ferido.

  Mais tarde, o chefe de polícia Hogan transitava pelo local com seus inspetores, coletando informações. Olhou para mim, com o indicador sob o bigode e tentou puxar meu semblante de sua memória. Fez as perguntas de praxe e depois de muito tempo me liberou, junto com Manfred. Susan não havia morrido. Manfred a golpeou na cabeça, mas apenas com força suficiente para que perdesse os sentidos. Foi o barulho que ouvi, pensando que fosse um tiro. O mordomo riu um pouco quando lhe contei, mas logo voltou ao seu trabalho, aparentemente, havia muita coisa que se arrumar. Antes de me despedir, ainda lhe pedi desculpas por minha desconfiança.

- Sem problemas, Mr. Smith. Eu também não estive com muita boa vontade para com o senhor.

- Mas, vem cá... você sempre trabalha com avental a prova de balas?

- É uma recomendação que eu sigo. Nós, mordomos, sempre estamos envolvidos em mistérios, e devemos estar prontos para solucioná-los. Todo mistério tem uma solução, é o ensinamento número um do manual dos mordomos.




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